Além do carácter alergênico de certas proteínas animais, (caseína, albumina do ovo, colas de peixe) alguns consumidores de vinho têm uma filosofia de vida vegan – recusam qualquer consumo de alimentos e produtos de origem animal.

Sendo o vinho um produto alimentar, não escapa a esta regra.

São diversas etapas que garantem a transformação da uva em vinho. Esse processo de vinificação é considerado algo simples – as leveduras, convertem os açúcares do sumo de uva (mosto) em álcool e dióxido de carbono (CO2) dando origem aos mais diversos tipos de vinho.

Depois da fermentação alcoólica, o vinho está naturalmente turvo, devido a compostos do tecido vegetal da uva, borras e cristais de Bitartarato de potássio.

Uma das etapas é a clarificação ou colagem, que consiste na sedimentação das partículas em suspensão, que se vão depositar no fundo da cuba, criando as borras.

É aqui que tudo muda.

Nesta fase é preciso “limpar” o vinho da sua turvação natural. Para isso são utilizadas proteínas e minerais como a bentonite, a escolha da utilização de produtos enológicos pode ser de origem animal ou vegetal.

Até há bem pouco tempo, as proteínas desenvolvidas para este efeito de origem vegetal não eram de boa qualidade e eram mais caras. Felizmente as proteínas de origem vegetal (ervilhas) deram um grande salto qualitativo e hoje são a alternativa para se produzir vinhos vegan.

Em Portugal, ainda são poucos os produtores de vinho vegan e menos ainda, aqueles que são certificados pela Associação Portuguesa Vegetariana ou reconhecidos pela Vegan Society, mas que não utilizam produtos enológicos de origem animal nos seus vinhos.

Na verdade se provarmos um vinho vegan, ele vai ter o mesmo aspecto, o mesmo aroma e sabor que um vinho convencional, porque os produtos de origem animal e vegetal utilizados, vão acabar por fazer parte das borras e eliminados do produto final.

E como o vinho vem da vinha,

Txim txim

 

texto por: João Guedes

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