O vinho também tem os seus mitos. Com o objectivo de ajudar a quebrá-los, decidimos criar uma sequela de artigos explicativos. Esta semana lançamos o primeiro!

Os vinhos Reserva são os melhores?

Não necessariamente.

A designação Reserva no rótulo de um vinho existe em diferentes regiões, que através das entidades certificadoras e com critérios qualitativos avaliam os vinhos. Esta indicação está sujeita a um período mínimo de estágio em barrica, e posterior repouso em garrafa, antes de o vinho sair para o mercado.

Ou seja, pode não ter a ver com a qualidade, embora pressuponha uma qualidade acrescida nos vinhos que usam Reserva no rótulo. No entanto, os critérios de exigência e os estilos de vinho variam de acordo com a Região em que ele é produzido.

O facto de alguns dos melhores vinhos nacionais não usarem Reserva no rótulo, pode ser apenas uma opção estratégica de marketing. Em vinhos de diversas partes do mundo, a palavra Reserva pode ser utilizada, mas o seu uso não segue um padrão definido, porque há países em que existe legislação e outros não.

Como por exemplo…

Antes de serem comercializados, os vinhos espanhóis que usem Reserva no rótulo têm que ter um estágio de 12 meses em barrica e 24 em garrafa; o mesmo acontece em Itália com os seus Riserva – o vinho envelhece entre 3 a 5 anos antes da comercialização, sendo que pelo menos 2 anos são em barrica. Já no lado de lá do Atlântico, no Chile e Argentina, não existe legislação que regulamente esses termos.

Em Portugal, a sua utilização obriga à indicação do ano de colheita e é geralmente usada em “Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada” (VQPRD).

Indo ao que interessa: qual é melhor para si?

Depende do seu gosto:

Se gosta de vinhos mais intensos, marcados pelos taninos, mais complexos, com bom volume de boca e um final longo, deverá optar por vinhos mais gastronómicos como um Reserva, em que a presença de madeira ajudará na harmonização.

Se, por outro lado, procura um momento mais descontraído, opte por vinhos mais leves, frutados (fruta vermelha ou tropical), em que não necessita obrigatoriamente de comida para acompanhar.

Afinal, no final de contas o que interessa é que lhe saiba bem!

E como da vinha é que vem o vinho,
Sejam Reservas ou não,

Txim txim e boas pomadas.


mini-joao

crónica por joão guedes

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