Leve, fresco e cheio de tradição, o vinho palhete está de volta às mesas portuguesas. Descubra o que o torna único — e onde pode prová-lo.

O que é Vinho Palhete?

O vinho palhete é um tinto tradicional português feito a partir de uma mistura de uvas tintas com uma pequena proporção de uvas brancas — por regra, até 15%. Esta prática, comum em vinhas velhas de field blend, foi durante muito tempo associada a produções familiares e locais, mas está hoje a renascer com a assinatura de produtores inovadores.

Apesar de ser classificado como tinto, o palhete apresenta cor rubi aberta, corpo leve, baixa extração e teor alcoólico moderado, entre 11% e 12%. O seu perfil leve e refrescante torna-o perfeito para consumo fresco, especialmente em dias quentes.

Um vinho com história

O termo “palhete” é exclusivamente português e remete para a coloração mais clara destes vinhos, em comparação com os tintos clássicos. Um dos exemplos mais antigos é o Vinho Medieval de Ourém, produzido desde o século XII com base em castas tintas e brancas (nomeadamente Trincadeira e Fernão Pires).

Historicamente, este estilo nasceu da lógica das vinhas mistas, em que as castas eram colhidas e vinificadas em conjunto, sem distinção entre brancas e tintas. O resultado: um vinho direto, autêntico e expressivo do terroir.

Perfil sensorial

  • Cor: Rubi aberta, por vezes com reflexos rosados
  • Aroma: Frutado, leve, com notas de frutos vermelhos frescos
  • Boca: Corpo leve, taninos discretos, acidez viva
  • Álcool: Normalmente entre 11% e 12%
  • Serviço: Ideal entre 12ºC e 14ºC

Como e com o que beber

O palhete é extremamente versátil à mesa. A sua leveza e frescura fazem dele um excelente vinho para:

  • Peixes grelhados ou assados
  • Carnes brancas e pratos de forno
  • Sardinhas assadas (sim, funciona!)
  • Cozinha vegetariana e pratos com legumes da época

Perfeito para almoços ao ar livre, petiscos e momentos descontraídos.

Onde provar um bom Palhete

Na Vinha.pt, destacamos o Morgado do Quintão Palhete, um vinho de inspiração tradicional que recupera o espírito dos palhetes antigos; feito a partir de vinhas velhas, com castas autóctones, e fermentado com leveduras indígenas. O Entusiasta, com grande complexidade aromática, o Vale da Capucha, elegante e envolvente, revela frescura e boa aptidão para pratos leves, ou o Palhete do Tareco, um rosado de talha que alia tradição a uma leitura mais contemporânea.

Curiosidades

O nome “palhete” vem da palavra portuguesa “pálido” ou “pálido avermelhado”.

Apesar de pouco comum durante anos, este estilo está a conquistar um novo público, sobretudo entre quem procura vinhos leves, de menor álcool e mais próximos da natureza.
Alguns vinhos palhete são vinificados em talhas ou ânforas, reforçando o lado artesanal e ancestral.

Dica final

Neste verão, experimente um vinho palhete bem fresco. É uma das formas mais autênticas de redescobrir a tradição vinícola portuguesa — num copo leve, vibrante e cheio de história.

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