Todos os meses, a Vinha.pt dedica uma wine box às diferentes regiões que compõem o mapa das regiões vitivinícolas de Portugal. Neste mês, descubra as ilhas portuguesas dos Açores e Madeira.

Os vinhos dos Açores e da Madeira nascem de vinhas plantadas em solos vulcânicos férteis. A vindima manual, difícil dada a topografia das ilhas, é uma arte ancestral. É feita com dedicação e delicadeza, fruto da experiência adquirida e perpetuada ao longo dos séculos.

A natureza do solo e o clima profundamente marítimo imprimem-lhes uma identidade única, o que levou a que nos últimos anos tenham começado a receber o reconhecimento que há já muito mereciam.

Vinhos dos Açores:

O arquipélago dos Açores, berço de uma das regiões vinícolas mais impressionantes de Portugal, é constituído por nove ilhas de origem vulcânica, em três das quais se cultiva a vinha (Terceira, Pico e Graciosa). Situado em pleno Oceano Atlântico, a uma distância de 1600 Km a Oeste da costa continental portuguesa, tem um clima com temperaturas amenas, pequena amplitude térmica, pluviosidade elevada e acentuada humidade relativa do ar.

Os Açores foram descobertos no Séc. XV. Segundo alguns investigadores, foram os Frades Franciscanos que introduziram a cultura da videira, trazendo a casta Verdelho (antigo Verdecchio siciliano) da Sicília.

As condições de cultivo nestas ilhas são árduas. O terreno é acidentado e o solo vulcânico é difícil de trabalhar; por isso o homem rasgou fendas na lava ardida, o que favoreceu a deposição de resíduos orgânicos que viriam a formar o leito das jovens videiras, e ergueu muros de pedra solta, os chamados “currais”, que ainda hoje abrigam a vinha dos ventos salgados e desenham a paisagem açoriana.

Os vinhos que aqui nascem são de excepcional qualidade e conquistaram merecida fama pelo mundo fora. Na Rússia após a Revolução de 1917, foram encontradas garrafas de Vinho Verdelho do Pico, armazenadas nas caves dos antigos czares; foi esta curiosidade histórica que inspirou o Czar – eleito o melhor Vinho do Ano de 2023, pela Revista de Vinhos – um vinho premium e raro, o menos conhecido e mais caro dos Açores.

Vinhos da Madeira:

Pode ler-se no site do Arquivo Nacional Torre do Tombo que “Diz a tradição que os portugueses chegaram à Ilha da Madeira a 1 de julho de 1419. Porém, 1418, é o ano apontado como o do descobrimento da Ilha do Porto Santo, circunstância ocorrida após uma tempestade que desviou da rota uma embarcação que seguia pela costa africana. João Gonçalves Zarco e a sua tripulação foram salvos por este pequeno pedaço de terra ao qual baptizaram de Porto Santo. Um ano mais tarde, em 1419, alcançou-se outra ilha, a qual foi designada por Madeira, devido à abundância desta matéria-prima.”

E é também, em pleno século XV, que o Infante D. Henrique introduziu o cultivo da vinha na Ilha, mandando vir da Grécia cepas de Malvasia, originárias de Napoli di Malvasia, perto de Sparta. Num clima em que os verões são quentes e húmidos e os invernos amenos e em terrenos saibrosos de solos vulcânicos e basálticos, a vinha expandiu-se e a paisagem madeirense transformou-se.

A orografia acidentada do relevo promoveu uma agricultura em socalcos, os “poios”; a água de rega na Madeira é captada nas zonas altas da ilha e conduzida através de canais denominados de “levadas” que integram um impressionante sistema de 2150 km de canais; o sistema de condução da vinha mais tradicional é o da “latada” (pérgola).

A fama do Vinho licoroso da Madeira pode ser atestada por inúmeros episódios; desde o ser referenciado em obras literárias de Shakespeare até ao facto da celebração da independência dos Estados Unidos, em 1776, ter sido comemorada com um brinde com Vinho da Madeira! George Washington e Thomas Jefferson, ou Winston Churchill, estão entre os seus mais famosos apreciadores.

Mas o vinho Madeira não é o único vinho de excelência da ilha. Recentemente os vinhos de mesa madeirenses ganharam destaque, impulsionados pelo apoio do governo regional aos pequenos produtores e têm cativado fãs ao redor do mundo.

 

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