Durante séculos a decantação foi uma operação trivial, o vinho era retirado das ânforas e tonéis, para pequenos depósitos e servido à mesa. Hoje, é tema de controvérsias.

Embora seja raro encontrarmos um vinho turvo engarrafado, sendo a excepção os vinhos feitos à antiga como o Niepoort Nat Cool, o principal motivo de decantação é a presença de sedimentação no fundo da garrafa. Depois do engarrafamento e com o tempo de estágio forma-se um depósito e, caso não se decante, o vinho pode ficar turvo, amargo, adstringente e até desagradável.

VINHOS QUE SE PODEM DECANTAR
• Tintos encorpados e de longa guarda.
• Vinhos com depósito no fundo da garrafa.
• Vinhos que apresentem pequenas concentrações de aromas reduzidos (ovo podre, ovo cozido, gás de cozinha ou alho) vão melhorar com uma decantação prévia.
• Vinhos tintos, ricos de cor, encorpados e com aroma fechado – as moléculas aromáticas vão sendo libertadas com o oxigénio.
• Vinhos brancos encorpados, fermentados em barrica e com fermentação maloláctica.
• Vinhos não filtrados.
• Colheita tardia, Vinho do Porto, Moscatel de Setúbal e Moscatel do Douro, Carcavelos, Madeira, podem ser decantados entre uma e duas horas.

VINHOS QUE NÃO SE DEVEM DECANTAR
• Tintos e brancos com pouca cor, podem oxidar mais rápido e perder os aromas frescos e de fruta.
• Vinhos que não apresentem depósito ou aromas reduzidos.
• Vinhos muito velhos que requerem cuidados especiais. Apesar de poder existir depósito no fundo da garrafa, e com aromas fechados, a decantação pode “matar” e fazer com que o vinho, perca as suas qualidades aromáticas. ( Nesse caso, o ideal é decantar apenas para eliminar os sedimentos e servir logo em seguida.)
• Vinhos Filtrados.
• Vinhos brancos leves e delicados devem ficar longe do decanter.
• Tintos jovens, vigorosos e sem barrica, são produzidos para serem consumidos cedo.
• Champagne e espumantes, nem pensar.

Basicamente, existem dois motivos para se decantar um vinho. Um deles é a necessidade de “limpar”, separar o líquido dos sedimentos que vão surgindo ao longo dos anos na garrafa.
O segundo motivo é através da oxigenação “amaciar” o vinho. Tornar os aromas mais vibrantes, os taninos mais suaves, o álcool menos acentuado, o que acaba por harmonizar os sabores e aromas mais complexos.
Devemos sempre provar o vinho, e se a percepção de aromas for mais difícil, esse vinho ira ganhar com a decantação e poderá ficar mais tempo no decanter.

E como o vinho vem da Vinha,
Txim txim e boas pomadas.

Partilhar: